Histórico

Em 1978, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) constituiu vários grupos de pesquisadores para analisarem a situação de diversas áreas da ciência no Brasil, em atendimento ao Plano Básico de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

Em 1980, realizou-se o VII Congresso Brasileiro de Zoologia, na Escola Superior de Agricultura de Mossoró, Rio Grande do Norte, quando foi eleita uma nova diretoria para o biênio 1980/1982, tendo José Willibaldo Thomé como presidente, e um novo Conselho, dentro das normas preconizadas pelo Estatuto, que havia sido aprovado no Congresso anterior. Nesse período desenvolveu-se um esforço ingente, com apoio total da SBZ, para que fosse implantado o Programa Nacional de Zoologia (PNZ) pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), como resultado da avaliação feita na reunião de Teresópolis. Iniciaram-se os Cursos Especiais de Sistemática Zoológica (segundo semestre de 1981), com apoio do CNPq. Foi assim que a zoologia passou, através da Diretoria da SBZ, a ser representada em encontros de Associações Científicas, e em reuniões promovidas pelo CNPq, como a que elaborou o documento "Avaliação Preliminar da Situação das Coleções Científicas Brasileiras".

Em 1982, durante o IX Congresso Brasileiro de Zoologia, em Porto Alegre, elegeu-se a terceira diretoria tendo Nelson Papavero como presidente, ocasião em que também respondia junto ao CNPq, com Reimar Schaden, pela coordenação do Programa Nacional de Zoologia. Iniciaram-se, então, algumas das ações que marcaram a vida da SBZ. Deu-se início à publicação da Revista Brasileira de Zoologia, através dos 1° e 2° fascículos do volume 1, em 30 de dezembro de 1982; e a publicação da série Manuais de Técnicas para Preparação de Coleções Zoológicas. Os congressos de zoologia foram enriquecidos com a criação dos prêmios "Alexandre Rodrigues Ferreira" ao melhor trabalho em zoologia e "Rodolpho von Ihering" à melhor tese de mestrado ou doutorado, de cada ano; implementaram-se, com pioneirismo, os mini-cursos destinados a acadêmicos, com a finalidade de motivar e envolver a classe estudantil em matéria e atividade de pesquisa zoológica, que dificilmente fazia parte dos currículos universitários das áreas biológicas. Nesta ocasião, também, foram promovidos os Cursos Especiais de Sistemática Zoológica, em diferentes universidades brasileiras, que foi responsável pela orientação e conseqüente encaminhamento de vários pesquisadores para o estudo e aplicação das modernas teorias de Sistemática. Como resultado de um esforço da SBZ e do PNZ, criaram-se o Centro de Identificação de Insetos Fitófagos (CIIF), junto à Universidade Federal do Paraná, e o Centro de Identificação de Insetos Urbanos (CIFURB), junto à Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. A implementação e consolidação destas atividades deram-se no período de 1982 a 1988, durante as três gestões em que Nelson Papavero esteve na Presidência da Sociedade.

Em 1988, no XV Congresso Brasileiro, em Curitiba, assume a sexta diretoria da SBZ, sob a presidência de Renato Contin Marinoni. Foi uma gestão em que se procurou trazer o maior número possível de zoólogos para participar ativamente na Sociedade, aproveitando a motivação que decorreu do grande número de participantes presentes ao XV Congresso. Foi criada uma representação da SBZ em 41 núcleos de estudos em zoologia no País. Foram informatizados todos os serviços de secretaria e tesouraria, que propiciou um acompanhamento eficiente dos processos de aquisição de novos sócios e de cobrança de anuidades, atingindo-se cerca de 900 sócios ativos (quites com a tesouraria). Com o apoio de zoólogos argentinos, americanos, ingleses e alemães foi indicado e representante brasileiro na Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica. Em comum acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), foi grupo de trabalho que elaborou a Lista das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, que foi aprovada pelo Conselho Nacional de Proteção à Fauna e oficializada pelo IBAMA através da Portaria 1522, publicada em Diário Oficial de 22 de dezembro de 1989; nesta mesma ocasião se produziu uma Lista de Espécies Insuficientemente Conhecidas e Presumivelmente Ameaçadas de Extinção, como colaboração para um aprofundamento dos estudos das espécies indicadas. Nesta mesma linha de colaboração com as autoridades responsáveis pela fauna brasileira, foi apresentada uma minuta de Portaria sobre Coleta de Material Zoológico para fins científicos ou didáticos, que tendo sido aprovada em Assembléia Geral da SBZ, em 28 de janeiro de 1990, foi oficializada pelo IBAMA, sob o n° 332, em 13 de março de 1990, tornando-se importante instrumento para o desenvolvimento das pesquisas e ensino dos vários grupos animais. Em agosto de 1989, a SBZ zoólogos brasileiros com a finalidade de levantar elementos para estabelecer um documento com Diretrizes para o Desenvolvimento da Zoologia (Boletim Informativo 30); um plano que visava dar continuidade ao Programa Nacional de Zoologia, que vinha sendo desconsiderado pelas alterações da política dentro do CNPq.

Em 1990, no XVII Congresso Brasileiro de Zoologia, em Londrina, a sétima diretoria, presidida por Adriano Lúcio Peracchi, assume os destinos da Sociedade. Em um período extremamente difícil para a SBZ, com o confisco dos recursos financeiros pelo governo federal, a Revista e todas as demais atividades ficaram prejudicadas. Mas, manteve-se a regularidade dos Congressos com a realização dos de Salvador, em 1991, e de Belém, este incluindo o Congresso Latino-Americano de Zoologia, realizado em julho de 1992.

Em 1992, em Belém, foi eleita a oitava diretoria da Sociedade, tendo como Presidente, Jayme de Loyola e Silva. Ainda como decorrência das dificuldades que advieram com o Plano Econômico do Governo Collor, esta diretoria teve que despender grande esforço no sentido de regularizar a publicação da Revista, que veio a ocorrer apenas em outubro de 1993. Com a regularização, a FINEP - Financiadora de Estudos e Projetos liberou recursos que tornaram possível a publicação de quatro volumes, quando ultrapassou, pela primeira vez, o número de 1000 páginas por volume. Em maio de 1994, a SBZ coordenou junto com a FINEP - Financiadora de Estudos e Projetos, uma reunião com o intuito de viabilizar apoio aos museus para preservação e aumento das coleções científicas zoológicas. Nesta gestão, começaram a ser reformulados os Estatutos da SBZ visando uma dinamização dos procedimentos da Sociedade, principalmente no tocante ao processo eleitoral dos cargos de Diretoria e Conselho, que passaram a ser realizados através de correspondência. A periodicidade dos congressos foi alterada para dois anos.

Por ocasião do XX Congresso, no Rio de Janeiro, foi eleita a nona diretoria da SBZ, para o biênio 94/96, com Jayme de Loyola e Silva sendo reeleito para a presidência. Como resultado do empenho dos zoólogos reunidos no XX Congresso e do encaminhamento pela SBZ foi publicada portaria pelo Ministério da Educação, em maio de 1995, que facilitava a concessão de licença de afastamento do país para membros das universidades federais. Em 1996, é impresso, como uma publicação avulsa da SBZ, o Diretório de Taxônomos Zoólogos no Brasil, a primeira etapa para uma constante divulgação do nome desses pesquisadores à comunidade das ciências biológicas.

Em fevereiro de 1996, foi eleita a décima diretoria, durante o XXI Congresso, em Porto Alegre, tendo como presidente Olaf Hermann Hendrik Mielke. Foi mantido pela Diretoria o esforço para a publicação da Revista Brasileira de Zoologia que, mesmo sendo sempre dependente dos recursos do governo federal, procurou através das anuidades dos sócios manter a periodicidade de publicação. Para agilizar os procedimentos burocráticos junto a entidades públicas, principalmente no que se referia à documentação necessária para obtenção de recursos para as publicações da Sociedade, uma alteração estatutária mudou a sede da SBZ, até então no Rio de Janeiro, para Curitiba, resultado de um processo que teve início na gestão da diretoria anterior. Em 1997, como continuidade do processo de divulgação dos nomes agora de todos os zoólogos, não apenas dos taxônomos, foi publicado o Diretório de Zoólogos do Brasil. Como uma necessidade do processo da divulgação da Revista Brasileira de Zoologia junto às instituições científicas nacionais e internacionais, foi criado um programa de permuta, sendo as publicações depositadas na Biblioteca do Setor de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Paraná, e disponibilizadas pelo sistema COMUT.

Em fevereiro de 1998, durante o XXII Congresso Brasileiro de Zoologia, em Recife, foi eleita a décima primeira diretoria, com Olaf H.H. Mielke sendo reeleito para o biênio 1998/2000. Neste ano, após já dispor de endereço eletrônico, via servidor da Universidade Federal do Paraná, foi criada a página eletrônica da SBZ.

Renato Contin Marinoni
Coordenador do Conselho SBZ